terça-feira, 10 de julho de 2012

como as cores de um arco-íris.

Tinta preta em papel amarelo velho, é exactamente assim que ele ficou em mim, permanente. As minhas memórias deles são como pinceladas suaves de amor em cima do grande céu azul, mas estas não são permanentes, pouco a pouco vão perdendo a cor. A magia nelas são como no primeiro dia, isso ficou marcado, e quando a água derrama-se sobre o papel amarelado as cores que estavam no pincel tornam-se mais líquidas, mais flutuantes, assim como os sentimentos. A verdade é que é nos dias mais cinzentos que eu imaginou-o comigo, e é nessas noites que eu sonho que ele está deitado ao meu lado, e a minha cama gigante e fria deixa de ser tão gelada e grande. Se eu nos pudesse descrever num quadro acho que ambos concordaríamos que éramos uma obra do Matisse, cheios de cores, de formas, de significados, de ideias, de contrastes, mas sempre confusos para os outros e uma sintonia perfeita na sua mente. Eu e ele éramos assim, hoje já não o somos mais, hoje eu sou mais do tipo surreal e abstracto, e ele é mais do tipo desaparecido se isso fosse considerado arte. Éramos uma mistura de cores numa paleta de madeira.

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